Apesar de inúmeros servidores
terem solicitado à Direção do Arquivo Nacional o cumprimento do acordo de
compensação da greve que estabelece que ela pode ocorrer aos sábados, a Direção
se recusa a abrir as portas aos finais de semana sob a alegação de que não
possui recursos para isso.
No entanto, nesta semana os
servidores foram surpreendidos ao assistir cenas da “novela das seis”, da
Globo, as quais foram gravadas recentemente, dentro do Arquivo Nacional,
inclusive uma cena gravada no dia 10/11, num sábado. A parceria do órgão com a
Globo é antiga, visto que se trata de um prédio histórico, tombado, ideal para
cenas de época.
Em nenhum momento os servidores
foram informados pela Direção do órgão de que o real motivo para o não
cumprimento do acordo era a gravação da novela das seis horas.
A Associação dos Servidores do
Arquivo Nacional (Assan) tem insistido com o diretor do AN pela abertura aos
sábados, pois boa parte dos funcionários não tem outra alternativa que esta. A
Assan informou ainda, no dia 31/10, que estes servidores não dariam conta de
compensar todas as horas da greve e acabariam sofrendo prejuízo financeiro em
decorrência de a instituição não viabilizar o cumprimento do acordo.
Agora a Direção do Arquivo
Nacional vai ter que esclarecer por que mentiu para os funcionários,
prejudicando-os com a falta de condições para cumprir o acordo com o governo de
reposição dos dias da greve de 2012.
A falta e respeito da Direção da
casa com os servidores tem sido frequente. Em outubro, o coordenador de
administração chegou a publicar uma nota na intranet ameaçando todos os
funcionários da instituição de abertura de processo administrativo contra
aqueles que divulgassem um contrato sigiloso do AN com a Google, publicando,
inclusive, os e-mails trocados entre
os gestores do AN e os representantes da empresa, nos quais era discutida a necessidade
do sigilo.
Após denúncias na imprensa, o
coordenador voltou atrás, informou que não havia negociação sigilosa,
apresentou um formulário padrão em branco como se fosse o contrato e não pediu
desculpas aos servidores pelo constrangimento coletivo. O caso foi relatado ao
ministro da Justiça, que não respondeu nada aos servidores até agora.
por: Associação dos Servidores do Arquivo Nacional (Assan)
por: Associação dos Servidores do Arquivo Nacional (Assan)