19 de novembro de 2012

Arquivo Nacional descumpre acordo de compensação dos dias da greve para gravar novela da Globo



Apesar de inúmeros servidores terem solicitado à Direção do Arquivo Nacional o cumprimento do acordo de compensação da greve que estabelece que ela pode ocorrer aos sábados, a Direção se recusa a abrir as portas aos finais de semana sob a alegação de que não possui recursos para isso.

No entanto, nesta semana os servidores foram surpreendidos ao assistir cenas da “novela das seis”, da Globo, as quais foram gravadas recentemente, dentro do Arquivo Nacional, inclusive uma cena gravada no dia 10/11, num sábado. A parceria do órgão com a Globo é antiga, visto que se trata de um prédio histórico, tombado, ideal para cenas de época.

Em nenhum momento os servidores foram informados pela Direção do órgão de que o real motivo para o não cumprimento do acordo era a gravação da novela das seis horas.

A Associação dos Servidores do Arquivo Nacional (Assan) tem insistido com o diretor do AN pela abertura aos sábados, pois boa parte dos funcionários não tem outra alternativa que esta. A Assan informou ainda, no dia 31/10, que estes servidores não dariam conta de compensar todas as horas da greve e acabariam sofrendo prejuízo financeiro em decorrência de a instituição não viabilizar o cumprimento do acordo.

Agora a Direção do Arquivo Nacional vai ter que esclarecer por que mentiu para os funcionários, prejudicando-os com a falta de condições para cumprir o acordo com o governo de reposição dos dias da greve de 2012.




A falta e respeito da Direção da casa com os servidores tem sido frequente. Em outubro, o coordenador de administração chegou a publicar uma nota na intranet ameaçando todos os funcionários da instituição de abertura de processo administrativo contra aqueles que divulgassem um contrato sigiloso do AN com a Google, publicando, inclusive, os e-mails trocados entre os gestores do AN e os representantes da empresa, nos quais era discutida a necessidade do sigilo.

Após denúncias na imprensa, o coordenador voltou atrás, informou que não havia negociação sigilosa, apresentou um formulário padrão em branco como se fosse o contrato e não pediu desculpas aos servidores pelo constrangimento coletivo. O caso foi relatado ao ministro da Justiça, que não respondeu nada aos servidores até agora.


por: Associação dos Servidores do Arquivo Nacional (Assan)