Brasília recebeu nesta terça-feira (27)
a visita da militante Sara al Suri, que faz parte da oposição ao ditador Bashar
Al Assad na Síria. Ela falou sobre a guerra civil que assola o país há 20 meses
e a resistência de seu povo. A atividade foi feita na UnB, com a presença de
cerca de 50 pessoas.
Sara já passou por várias cidades do
Brasil divulgando a causa síria. Os debates estão sendo organizados pela
CSP-Conlutas e pela Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel). Rio de
Janeiro, São Paulo e várias cidades do Nordeste já receberam a visita da
militante.
Sara falou sobre o verdadeiro caráter da
ditadura que existiu na Síria durante 40 anos, iniciada pelo pai de Bashar,
Hafez Al-Assad. Foram anos em que o país não teve o mínimo de liberdades
democráticas e a classe trabalhadora não tinha nenhuma chance de se organizar.
Com a posse do filho de Hafez, em 2000, não houve avanços em relação às
liberdades democráticas e a desigualdade social aumentou. Hoje mais de 70% da
riqueza do país está nas mãos do capital privado, em especial nas mãos de
empresários parceiros da família Assad.
A militante lembrou que no início a
resistência ao regime era pacífica. Eram manifestações espontâneas, sem nenhuma
direção centralizada. Depois, com a brutal repressão do ditador Assad, foram
formadas milícias rebeldes a partir dos soldados que desertavam do exército por
não concordarem com os massacres contra a população civil.
“Hoje não há uma organização
centralizada, mas um guarda-chuva de organizações da resistência”, explica
Sara. Ela relata que o povo sírio hoje tem uma grande desconfiança do governo e
também de setores da oposição que se aproximam do imperialismo americano. Mesmo
assim, a disposição de luta é cada vez maior.
Ao final da atividade, os participantes
foram chamados a doar dinheiro para a revolução. Foram arrecadados cerca de R$
130,00. A militante segue para o Sul do Brasil, fazendo palestras em Porto
Alegre, Curitiba e Santa Catarina.