16 de janeiro de 2013

NOTA DA CSP-CONLUTAS/DF SOBRE A OCUPAÇÃO "NOVO PINHEIRINHO" EM TAGUATINGA - DF

Todo apoio à ocupação “Novo Pinheirinho” no centro de Taguantiga-DF


Depois de vários acordos e promessas de assentamento e construção de casas populares descumpridos pelo Governo Agnelo (PT), os trabalhadores e trabalhadoras sem teto do DF iniciam o ano de 2013 pedindo por justiça social!

No dia 4 de janeiro de 2013, numa manifestação pacífica, cerca de 300 famílias ligadas ao MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto), ocuparam um prédio particular, de propriedade do senhor Abdalla Jarjour, também dono da rede de postos de gasolina “Jarjou”, abandonado há mais de 20 anos, no centro de Taguatinga-DF.

O movimento nomeou a ocupação de “Novo Pinheirinho” em homenagem a ocupação histórica, “Pinheirinho”, que resistiu por mais de 7 anos na cidade de São José dos Campos - SP e que foi brutalmente expulsa pela polícia e pela prefeitura da cidade (na época PSDB) em fevereiro do ano passado.

O “Novo Pinheiro” é um exemplo de resistência e de questionamento da visão conservadora que domina a sociedade de que só podem morar no centro da cidade, perto do shopping, do metrô, do comércio e das escolas, aquelas pessoas com maior poder aquisitivo, a burguesia brasileira. Os pobres e trabalhadores, que precisam se locomover todos os dias para seus empregos em ônibus lotados e trens sucateados e insuficientes, são empurrados para cada vez mais longe, seja pela força bruta policial ou pela crescente especulação imobiliária que inviabiliza, pela carestia, a moradia popular em pontos centrais das cidades.

Aliado a isso, o Governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), mostra mais uma vez que não está do lado dos trabalhadores quando vem descumprindo sucessivamente todos os acordos firmados com as famílias sem teto que hoje estão na ocupação. Em 2012, quando as mesmas famílias (acrescidas de outras em igual situação) ocuparam uma terra vazia a 8 anos na Ceilândia, o GDF se comprometeu a cadastrar a entidade do movimento, viabilizar a construção das casas e estruturar uma política de auxílio-moradia, como condicionante para que as famílias saissem do terreno. Porém, foi bastante o movimento cumprir sua parte no acordo, que após 3 meses de pagamento de auxílio-vulnerabilidade para menos da metade das famílias do acampamento, o governo parou de cumprir todas as partes da negociação.

Agora, depois desse descaso, o “Novo Pinheirinho” ressurge com novo vigor e velhas reivindicações constitucionais nunca atendidas – direito à moradia digna. E encontra, mais uma vez, as portas do GDF fechadas às suas reivindicações tão justas.

A grande mídia, sempre feroz na defesa dos interesses da classe dominante, já começou sua campanha de difamação dos acampados, chamando-os, como já é de costume, de vândalos, arruaceiros, invasores. Porém os que lá estiveram puderam ver o verdadeiro rosto dessas pessoas, em sua maioria crianças, velhos, pais e mães trabalhadoras, pleiteando um direito constitucional democrático.

A CSP-Conlutas apoia incondicionalmente a luta dessas famílias e convoca a todas e todos que lutam por justiça social a se solidarizarem com a situação. Os que lá se encontram acampados estão precisando de insumos dos mais básicos: comida, roupas, lona para construir suas barracas, brinquedos paras as muitas crianças e água (que foi recentemente cortada a mando do proprietário do prédio).

Também clamamos às entidades sindicais combativas que atendam o chamado do classismo e prestem apoio, tanto financeiro quanto jurídico ao movimento. Apenas juntando nossas forças poderemos obter vitórias e garantir nossos direitos.


Brasília, 10 de janeiro de 2013
  Secretaria Executiva Estadual da CSP-Conlutas-DF