Todo apoio à ocupação “Novo Pinheirinho” no centro de Taguantiga-DF
Depois de vários acordos e promessas de assentamento e construção de
casas populares descumpridos pelo Governo Agnelo (PT), os trabalhadores e
trabalhadoras sem teto do DF iniciam o ano de 2013 pedindo por justiça
social!
No dia 4 de janeiro de 2013, numa manifestação
pacífica, cerca de 300 famílias ligadas ao MTST (Movimento dos
Trabalhadores sem Teto), ocuparam um prédio particular, de propriedade
do senhor Abdalla Jarjour, também dono da rede de postos de gasolina
“Jarjou”, abandonado há mais de 20 anos, no centro de Taguatinga-DF.
O movimento nomeou a ocupação de “Novo Pinheirinho” em homenagem a
ocupação histórica, “Pinheirinho”, que resistiu por mais de 7 anos na
cidade de São José dos Campos - SP e que foi brutalmente expulsa pela
polícia e pela prefeitura da cidade (na época PSDB) em fevereiro do ano
passado.
O “Novo Pinheiro” é um exemplo de resistência e de
questionamento da visão conservadora que domina a sociedade de que só
podem morar no centro da cidade, perto do shopping, do metrô, do
comércio e das escolas, aquelas pessoas com maior poder aquisitivo, a
burguesia brasileira. Os pobres e trabalhadores, que precisam se
locomover todos os dias para seus empregos em ônibus lotados e trens
sucateados e insuficientes, são empurrados para cada vez mais longe,
seja pela força bruta policial ou pela crescente especulação imobiliária
que inviabiliza, pela carestia, a moradia popular em pontos centrais
das cidades.
Aliado a isso, o Governador do DF, Agnelo Queiroz
(PT), mostra mais uma vez que não está do lado dos trabalhadores quando
vem descumprindo sucessivamente todos os acordos firmados com as
famílias sem teto que hoje estão na ocupação. Em 2012, quando as mesmas
famílias (acrescidas de outras em igual situação) ocuparam uma terra
vazia a 8 anos na Ceilândia, o GDF se comprometeu a cadastrar a entidade
do movimento, viabilizar a construção das casas e estruturar uma
política de auxílio-moradia, como condicionante para que as famílias
saissem do terreno. Porém, foi bastante o movimento cumprir sua parte no
acordo, que após 3 meses de pagamento de auxílio-vulnerabilidade para
menos da metade das famílias do acampamento, o governo parou de cumprir
todas as partes da negociação.
Agora, depois desse descaso, o
“Novo Pinheirinho” ressurge com novo vigor e velhas reivindicações
constitucionais nunca atendidas – direito à moradia digna. E encontra,
mais uma vez, as portas do GDF fechadas às suas reivindicações tão
justas.
A grande mídia, sempre feroz na defesa dos interesses
da classe dominante, já começou sua campanha de difamação dos acampados,
chamando-os, como já é de costume, de vândalos, arruaceiros, invasores.
Porém os que lá estiveram puderam ver o verdadeiro rosto dessas
pessoas, em sua maioria crianças, velhos, pais e mães trabalhadoras,
pleiteando um direito constitucional democrático.
A
CSP-Conlutas apoia incondicionalmente a luta dessas famílias e convoca a
todas e todos que lutam por justiça social a se solidarizarem com a
situação. Os que lá se encontram acampados estão precisando de insumos
dos mais básicos: comida, roupas, lona para construir suas barracas,
brinquedos paras as muitas crianças e água (que foi recentemente cortada
a mando do proprietário do prédio).
Também clamamos às
entidades sindicais combativas que atendam o chamado do classismo e
prestem apoio, tanto financeiro quanto jurídico ao movimento. Apenas
juntando nossas forças poderemos obter vitórias e garantir nossos
direitos.
Brasília, 10 de janeiro de 2013
Secretaria Executiva Estadual da CSP-Conlutas-DF